quarta-feira, 7 de julho de 2010

A serenidade prevalece sobre a ira

No duelo das quartas-de-final, entre Holanda e Brasil, a serenidade prevalaceu sobre a ira. E é assim que funciona no futebol. No banco de reservas da seleção brasileira, víamos o treinador Dunga esbravejando, xingando e até mesmo dando socos numa estrutura de metal, conforme percebia que o Brasil perdia o controle do jogo. Voltando alguns minutos, mais precisamente da metade do tempo em diante, quando o Brasil ainda vencia o cotejo, o técnico holandês Bert van Marwijk, em nenhum momento se descontrolou, pelo contrário, sempre aparentava a mesma calma de sempre, a frieza presente também no futebol mostrado pela Laranja Mecânica. E isso faz muita diferença.
Em toda sua trajetória no comando da seleção brasileira, mais do que nunca durante a Copa do Mundo, Dunga parecia transmitir toda sua raiva para os jogadores em campo. Até mesmo Kaká, que sempre foi uma pessoa calma, perdeu o controle diversas vezes durante a Copa, ao ponto de ser expulso no jogo contra a Coréia do Norte. Convenhamos que esse ambiente não faz nada bem a nenhum time de futebol, muito menos a uma seleção nacional, que dirá a seleção canarinha.
No caso da seleção holandesa, van Marwijk sempre controlou os nervos de seus jogadores, e durante todo o Mundial, vimos um time frio, controlado, que soube provocar e ser provocado, calculista, e acima de tudo, calmo, assim como seu técnico. E não é a toa que a Holanda chega à final da Copa do Mundo de 2010, invicta, com 100% de aproveitamento, e com a maior invencibilidade entre todos os time da Copa.


Bert van Marwijk em entrevista coletiva. (Foto: Getty Images)



Com a demissão de Dunga, a CBF cogita 4 nomes para substituí-lo, Luiz Felipe Scolari (Palmeiras), Mano Menezes (Corinthians), Ricardo Gomes (São Paulo) e Leonardo (ex-Milan). Dada a atual situação da seleção, um bom substituto seria Leonardo. Apesar de ter pouca experiência como técnico, o ex-jogador trabalha a bastante tempo como manager no Milan, e na última temporada assumiu o comando do time. Leonardo sempre teve uma ótima relação com a imprensa e é educado, o que pode acalmar os ânimos, alem de ser poliglota e cosmopolita. Uma outra opção, seria manter Leonardo no cargo por aproximadamente dois anos, período que Felipão tem contrato com o Palmeiras, e aí sim trazer Scolari para o comando da seleção, deixando Leonardo numa posição semelhante à de Oliver Bierhoff na seleção alemã, uma espécie de manager, um intermediário entre os "chefões" da CBF e o técnico da seleção.


Leonardo quando comandou o Milan. (Foto: AFP)

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