sexta-feira, 15 de junho de 2012

Defender é o melhor ataque?


Depois de um longo período de ausência, em que dedicamos nosso tempo a projetos pessoais, eu e Ricardo decidimos retomar o blog que vos fala com muito fôlego e disposição para discutir os temas do esporte que tanto nos toca.

E para dar início a nova fase do blog, vamos falar sobre a nova máxima do futebol mundial. A defesa, que se tornou a principal preocupação de grande parte dos times no cenário dos grandes campeonatos, inclusive entre os grandes times e seus treinadores de renome. Até mesmo o “poderoso” futebol brasileiro, mundialmente conhecido por seu futebol ofensivo e de extrema habilidade se entregou a força do futebol defensivo como principal tática da equipe.

Podemos citar como exemplo de grandes esquemas defensivos da atualidade, a equipe do Chelsea, atual campeã da UEFA Champions League, como a força defensiva de maior sucesso dos últimos tempos. A equipe tomou uma postura fechada nos jogos decisivos contra grandes adversários como o Barcelona (que já havia sofrido com uma retranca há dois anos atrás, em uma semifinal de Champions League, contra a Inter de Milão) e também na final, contra o Bayern de Munique. Na América do Sul, alguns times se destacam por tal fundamento como sua principal arma de jogo. Na Libertadores da América, a equipe do Corinthians tem segurado seus adversários com extrema competência, principalmente fora de casa, e tem conquistado seus resultados mínimos, porém de extrema importância, assim como o Boca Juniors, que mesmo tendo Riquelme em jornadas inspiradíssimas, traz em sua força defensiva uma qualidade enorme.
Na Copa do Brasil, podemos citar o Palmeiras, que com Felipão, conquistou um resultado importantíssimo contra o Tricolor Gaúcho em pleno Estádio Olímpico, com grande atuação do zagueiro Henrique. A equipe de Scolari constrói uma campanha cercada de desconfianças, mas elas se mostram apenas fora de campo, pois o Palmeiras tem tido atuações seguras dentro de campo e que credenciam o time a conquistar o título nacional pela segunda vez.

Chelsea levanta o troféu da Champions League pela primeira vez. Futebol defensivo foi a tônica da equipe nas partidas decisivas.

O futebol defensivo se prova eficiente, com seus ataques pontuais e cirúrgicos e leva as equipes que o adotam, longe nos campeonatos que disputam.
Mas a questão é: Porque o estilo defensivo tomou conta do cenário mundial do futebol? Seria a escassez de jogadores de grande habilidade? Ou o grande risco, oferecido pelo futebol ofensivo que encanta todos é que impede as equipes de darem prioridade ao ataque. Na minha opinião, as equipes, que em um futebol que depende muito de resultados para a estabilidade do trabalho dos treinadores, preferem apostar na segurança do esquema defensivo e não se comprometerem.

E você, torcedor doente, apaixonado. O que acha do atual esquema tático do seu time de coração? Gostaria de uma defesa mais forte? De um ataque mais talentoso e ousado? Comente!

3 comentários:

  1. Show de bola o texto Luizão!! Parabéns cara! Sucesso no blog!

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  2. Bem legal o texto, Luizão !

    Concordo que a tendência realmente é defensiva, mas se parar pra pensar, isso vem ocorrendo com freqüência há quase duas décadas, sendo exacerbado há uns 5-6 anos.
    Foi a resposta do mundo da bola à morte do futebol arte e pra frente, principalmente depois da eliminação da seleção brasileira de 82 e de 86.
    É só nos lembrarmos da seleção de 90.

    Sempre foi uma arma para times pequenos lutarem contra times grandes; mas eu acho uma vergonha quando um time grande usa essa estratégia, como foi o caso do Chelsea que você mencionou.
    Eles têm jogadores mais que capazes de realizar uma partida pra frente.
    Se eu fosse torcedor do Chelsea, teria vergonha de ter ganho esse título da forma que ganharam. Afinal, que mérito tem ganhar quando metade do trabalho é estacionar 11 jogadores na frente da área, quando alguém do outro time consegue passar por uma das linhas, bater no indivíduo pra parar a jogada, e se não conseguir parar assim, ter um absurdo de sorte sempre fazendo a bola não entrar ?

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  3. É, difícil ter uma resposta exata para esta questão. Até mesmo porque uma coisa nós podemos ter certeza, pois não vem ocorrendo mais desde 2002 quando o Brasil foi Campeão da Copa do Mundo: a seleção que ganha este campeonato não influencia mais tanto o modo que os demais times do mundo jogam. O futebol que a Espanha pregou em 2010, um futebol de toques horizontais, domínio de jogo, cabeça erguida e movimentação não foi aplicado por nenhum time praticamente, apenas o Barcelona (time base da seleção), estou enganado? De lá para cá nos principais campeonatos mundiais quem foi campeão?

    Inglaterra: Manchester United (2010) e Manchester City (2011)
    Espanha: Barcelona (2010) e Real Madrid (2011)
    Itália: Milan (2010) e Juventus (2011)
    Alemanha: Borussia Dortmund (2010 e 2011)
    Brasil: Fluminense (2010) e Corinthians (2011)

    Em quais destes campeões vimos alguma postura semelhante a da campeã mundial? O Barcelona apenas? O Real Madrid procura passes em vertical, profundidade e, ao meu ver, depende muito de talentos/insights individuais e não do coletivo, trabalho em equipe. Assim, como os demais desenvolveram características de jogo particulares, mas que buscam a priori não tomar gols a que fazer um espetáculo, ou por acaso ouvimos nos canais de esporte da televisão comentários como: "Como a posse de bola do Manchester United é incrível!", diferente do que aconteceu no primeiro semestre de 2010 com o Arsenal em que comentaristas afirmaram que era o melhor toque de bola existente para aquele período de tempo (até o Arsenal tomar um show de bola no Camp Nou nas oitavas de final da Champions League).

    Acredito eu que, por fim, o futebol tático e defensivo é uma visão de curto prazo para ganhar-se estabilidade e resultados (na visão do técnico), que quando perdem geralmente não é por falha de suas defesas, contudo por mérito da outra equipe e sua movimentação, passes e talentos individuais. O futebol técnico é mais difícil de ser desenvolvido e não cabe apenas ao treinador, o qual desde o primeiro jogo tem uma corda amarrada no pescoço, tentar colocar em prática, porém cabe a sinergia da direção do Clube/Time e ao Técnico almejarem isso, como o Barcelona que em seu estatuto prega esta filosofia de jogo. Caso contrário, amanhã estaremos dando graças a Deus de ver o Luan tropeçando em campo na hora de correr com a bola e vibrando com um desarme pífio do Pará. Ai não será mais futebol, será apocalipse.

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